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Matéria Capa - Economia

Economia tem boas perspectivas para o final do ano

Queda na inflação e crescimento do PIB estão entre as boas notícias; empresários mostram-se céticos com relação à economia

 

As perspectivas para a economia brasileira, relativas ao final do ano e para 2024, apontam um crescimento do PIB (Produto interno Bruto) em torno de 2,0% a 3,3%, conforme estudos realizados por várias instituições, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, a inflação deste ano deve desacelerar, conforme aponta relatório divulgado pelo Banco Central, no final de outubro. Outra boa notícia que é o país pode voltar a ficar entre as 10 maiores economias mundiais, segundo previsão do FMI.

Agronegócio e China

O agronegócio brasileiro mostra força mais uma vez. Levantamento feito pelo Bradesco, um dos maiores bancos do país, aponta que a expansão da agropecuária, neste ano, deve ser de 14,2%. Para 2024, a expectativa é que o PIB do agronegócio como um todo pode crescer 3,3%.

No cenário internacional, a China, segunda maior economia do mundo, cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano, superando a previsão de 4,5% dos analistas, mas desacelerou em relação ao crescimento de 6,3% no trimestre anterior, segundo dados oficiais divulgados em outubro último.

Mercado financeiro

Analistas do mercado financeiro reduziram a expectativa de inflação em 2023 e em 2024. A informação consta do relatório “Focus”, divulgado pelo Banco Central no fim de outubro. O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras sobre as projeções para a economia. Para este ano, a projeção dos analistas para o IPCA, a inflação oficial, recuou de 4,75% para 4,65%. Com isso, a estimativa dos analistas para a inflação de 2023 continuou dentro do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A meta central de inflação é de 3,25% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,75% e 4,75%, neste ano. O recuo na estimativa de inflação do mercado para este ano ocorreu após a divulgação do resultado da inflação oficial de setembro, que somou 0,26% e ficou abaixo, novamente, das projeções dos analistas.

Se a projeção do mercado financeiro for confirmada, será interrompida uma sequência de dois anos de descumprimento da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%. E, em 2022, a inflação somou 5,79%.

Para 2024, a estimativa de inflação caiu de 3,88% para 3,87%. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, a meta do ano que vem.

Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente daquelas que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe tal crescimento.

Produto Interno Bruto

Sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, o mercado financeiro reduziu a previsão de crescimento estável, de 2,92% para 2,90%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia. Já para 2024, a previsão de crescimento da economia do mercado financeiro permanece inalterada em 1,50%.

A previsão de um crescimento maior da economia acontece após o anúncio de que o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano teve alta de 0,9%, bem acima das expectativas dos analistas. As informações são do G1.

Ipea

Quem também projetou para cima o crescimento da economia brasileira neste ano foi o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No final de setembro, órgão divulgou a Visão Geral da Conjuntura, uma análise detalhada sobre o desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre de 2023. O Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea reavaliou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, com uma revisão da alta de 2,3%, da última publicação, para 3,3% em 2023. Para 2024, a previsão de 2,0% está mantida.

FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Brasil deve tornar-se a 9ª maior economia do mundo em 2023, com um crescimento de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto), neste ano. O Ministério da Fazenda também revisou suas projeções e apontou perspectivas positivas para a economia brasileira em 2023, com uma expectativa de crescimento elevada de 1,6% para 1,9%.

Depoimentos

A revista Hadar ouviu depoimentos de empresários sobre a economia nacional e quanto às perspectivas de crescimento. Veja agora o que os empresários esperam para os próximos meses.

O Arquiteto Constantino Bueno Frollini, 42 anos, Diretor Técnico e Comercial da Cerâmica City, considera baixa a perspectiva de crescimento para o setor. Na avaliação de Frollini, que também é Diretor Técnico da ANICER (Associação Nacional da Indústria Cerâmica), Conselheiro PROACÚSTICA (Associação Brasileira para a Qualidade Acústica) e membro de grupos de trabalho no desenvolvimento de normas da construção civil da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), o segmento cerâmico “provavelmente enfrentará estagnação ou até retração. Com o endividamento das famílias brasileiras em alta e os juros ainda em patamares de dois dígitos, dificilmente veremos melhorias. Apesar do estímulo do governo e das instituições bancárias, a verdadeira melhora virá quando os juros baixarem, e o quadro de endividamento das famílias mudar, mantendo as taxas de emprego atuais”.

Espiral

De acordo com o Arquiteto, a economia não melhorou em sua área de atuação. “Ela entrou em uma espiral de piora, com algumas medidas tomadas pelo governo atual, como a PEC da transição. O aumento de gastos sem indicar a fonte de recursos gera incertezas, prejudicando o poder de compra do brasileiro”. Frollini afirma ainda que, para melhorar a economia, “a receita é clara: redução de burocracias desnecessárias, melhoria na eficiência dos gastos do Estado e estímulo à geração de riqueza por meio de políticas que incentivem o empreendedorismo e o conhecimento científico útil desde cedo, nas escolas”.

Sobre possíveis impactos de que fatores externos, como guerras e a desaceleração da economia mundial, possam ter na economia brasileira, Frollini declarou que “obviamente, isso terá impacto. E, surpreendentemente, pode ser positivo. O Brasil possui indicadores sociodemográficos, capacidades técnicas em áreas estratégicas e oportunidades de investimento que não passaram despercebidos por investidores estrangeiros. O Brasil, México e Índia são os países com maior potencial de crescimento econômico, dadas as mudanças no mundo pós-COVID. A questão é se saberemos aproveitar essa oportunidade”.

Estratégias

Ainda de acordo com o Arquiteto, a empresa à qual pertence está elaborando estratégias de como ampliar o portfolio de produtos e também ampliar as instalações. “Existem apenas três futuros possíveis para uma empresa: sobreviver crescendo, quebrar ou ser vendida. Como o nosso objetivo não é fechar as portas ou ser vendida, estamos nos adaptando aos desafios futuros. Não devemos basear nossos negócios nas incertezas políticas de Brasília, mas sim, nos nossos valores e objetivos. A política pode ajudar em alguns momentos, mas geralmente atrapalha, e não devemos pautar nossas decisões econômicas em discursos políticos. A nossa família toma decisões de negócios com base em nossos valores e metas!”, finalizou.

“Crescimento não deve ter altos índices”

“As perspectivas são positivas, mas não serão com altos índices de crescimento, pois, de certa forma, o mercado está reagindo e isso exige novos conhecimentos para que ocorra o crescimento da gestão empresarial” afirma Marcelo Alciati, 48 anos, diretor da Conecta Gestão e Processos Comerciais.

Ele ressalta que “não nos podemos esquecer da tecnologia, a qual impacta diretamente todos os setores. A tecnologia da inteligência artificial tem sido uma área de rápido crescimento e inovação. A perspectiva para o campo de IA continua sendo positiva, com aplicações em todos os setores da economia, incluindo saúde, finanças, manufatura, automação e muito mais. Portanto, o impacto da IA nas empresas será bastante significativo para o crescimento ou a quebra das empresas, principalmente para aquelas que não acompanharem a evolução tecnológica”.

Sobre a atual situação da economia brasileira, Alciati diz que “em meu ponto de vista, entendo que a economia brasileira está estável, sem grandes oscilações. Para garantir um crescimento econômico, as empresas precisam avançar na melhoria dos processos e nas oportunidades de mercado, isto é, as empresas brasileiras precisam ser mais competitivas. Para isso, precisam profissionalizar-se mais”.

Fatores externos

“Sim, a economia nacional pode ser significativamente afetada por fatores externos, tais como guerras, aumentos nos preços do petróleo e desaceleração da economia mundial. Esses eventos podem impactar as exportações, importações, custos de produção e a demanda por bens e serviços, resultando em flutuações na atividade econômica, inflação e desemprego. Os governos frequentemente buscam políticas econômicas para mitigar esses impactos, mas tais fatores externos têm o potencial de exercer uma influência substancial na economia de um país”, analisa Marcelo Alciati, acrescentando que pretende investir em sua empresa. “A busca da excelência é uma constante, tendo em vista o avanço da tecnologia e da celeridade das mudanças no mercado. Isso faz com que o processo de crescimento não pare, pois se pararmos, os obstáculos ficam intransponíveis, dificultando ainda mais a sobrevivência saudável da empresa. Os investimentos serão em equipamentos e em qualificação de toda equipe, pois hoje existe uma escassez de mão de obra qualificada”, concluiu o empresário.

“Natal deste ano será melhor”

A afirmação é da presidente da Associação Comercial de Tatuí (ACE), Lucia Bonini Favorito. Ela avalia que a economia “está estável”, tanto no nível municipal quanto no nacional. A ACE conta atualmente com 300 associados, segundo informou a presidente, destacando que “há perspectiva de aumentar”. Segundo Lúcia, a entidade está “sempre cobrando as autoridades responsáveis para trazerem empresas” para o município.

Ela afirma também que espera que a economia “melhore com decorrer do tempo. No Natal, nossa perspectiva é de que será melhor que o de 2022”.

Finalizando, Lúcia Favorito afirma que a ACE “sempre estará cobrando a vinda de novas empresas para nosso município; uma necessidade de nossa Tatuí”.

 

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