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Intimidade Teen - Cigarro

Cigarro eletrônico: Mais de 2 milhões de usuários, no Brasil

Um alerta sobre o perigo escondido: dispositivo é tão prejudicial quanto o cigarro convencional e contém altos níveis de nicotina

 

Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo na incidência de câncer, especialmente do pulmão, tornando-o um dos tipos predominantes globalmente. Este aumento é influenciado pelo envelhecimento da população, pelo tabagismo e pelo uso de cigarros sem filtro.

Recentemente, os cigarros eletrônicos, conhecidos como vapers, ganharam popularidade, especialmente entre adolescentes e jovens até 25 anos. O Dr. Rafael Futoshi Mizutani, pneumologista do HCor (CRM/SP 144276), destaca uma preocupação crescente: o potencial desses jovens usuários migrarem para o cigarro convencional.

"Alguns fumantes de longa data veem o cigarro eletrônico como uma alternativa para parar de fumar. No Brasil, já são mais de 2 milhões de usuários, conforme a Sociedade Brasileira de Pneumologia. Estudos estão em curso para entender completamente os malefícios dos cigarros eletrônicos", ressalta Dr. Mizutani.

A nicotina permanece como a principal substância prejudicial no tabagismo, sendo altamente viciante e diretamente associada ao desenvolvimento de células cancerígenas. Certos líquidos usados nos cigarros eletrônicos apresentam altas concentrações de nicotina, agravando o vício.

Além disso, os dispositivos liberam metais pesados, aumentando o risco de câncer no pulmão e em outros órgãos. Também podem causar diversas outras doenças, como infecções das vias aéreas, tornando-as mais suscetíveis a vírus e bactérias.

O Dr. Mizutani explica: "O vapor dos cigarros eletrônicos contém inúmeras substâncias químicas nocivas, irritando as vias respiratórias e comprometendo a função pulmonar, deixando-as vulneráveis a infecções".

Parar de fumar traz benefícios significativos à saúde, em todos os prazos, incluindo a redução do risco de câncer e de doenças cardiovasculares. "Os médicos estão prontos para oferecer o suporte necessário. Quem usa cigarro eletrônico deve parar imediatamente; e quem nunca o experimentou, deve evitar", alerta o pneumologista.

Esta matéria destaca a urgência de conscientização sobre os perigos dos cigarros eletrônicos e os benefícios da cessação do tabagismo, convocando ações para proteger a saúde pública.

Ação da Anvisa e alertas da comunidade médica

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve a proibição de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) no Brasil, em vigor desde 2009. Em decisão unânime, a diretoria reforçou a ilegalidade da fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda desses produtos.

Medidas foram estabelecidas para fortalecer a fiscalização, apreensão e educação pública sobre os danos à saúde. Alguns estados e municípios já anunciaram ações, incluindo treinamento de equipes de fiscalização e cooperação com outros órgãos, como Polícia e Ministério Público.

A decisão da Anvisa foi baseada em estudos que indicam um potencial de dependência 20 vezes maior em usuários de cigarros eletrônicos, em comparação com fumantes de cigarros comuns. Também considerou a ausência de estudos sobre os efeitos a longo prazo e os alertas da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os riscos à saúde, especialmente para jovens.

O foco principal das políticas é a proteção da saúde de crianças e adolescentes, que são o principal público-alvo dos cigarros eletrônicos. O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, destacou o alerta global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o problema. Segundo a OMS, o ritmo de crescimento do uso de vapes entre jovens é alarmante, sendo o maior consumo na faixa etária de 13 a 15 anos do que em adultos.

A Coordenadora do Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab) da Ensp/Fiocruz, Silvana Turci, reforça a falta de comprovação científica na narrativa de que os vapes são menos prejudiciais. Ela destaca a importância de métodos comprovados para cessar o tabagismo, citando o alerta da OMS sobre o uso dos dispositivos.

Segundo a OMS, além de altamente viciantes, os cigarros eletrônicos geram substâncias tóxicas que podem causar câncer, aumentar o risco de doenças cardíacas e afetar o desenvolvimento cerebral. O uso desses dispositivos também pode levar a certos distúrbios de aprendizagem entre os usuários.

https://informe.ensp.fiocruz.br/

 

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