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Especial - Consciência Negra

20 de novembro: Dia da Consciência Negra

Uma reflexão sobre a luta por igualdade e o legado de resistência na construção de uma sociedade justa

 

O Dia da Consciência Negra, marcado em 20 de novembro, transcende a mera marcação no calendário; representa uma data emblemática na luta histórica pela igualdade racial e no combate ao racismo, no Brasil. A sanção da Lei 14.759/2023, que oficializou essa data como feriado nacional, simboliza um reconhecimento necessário das contribuições afro-brasileiras e um convite à reflexão sobre o legado de figuras icônicas como Zumbi dos Palmares e Dandara, que personificam a resistência e a busca pela liberdade.

Zumbi, nascido em 1655, foi o último líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores refúgios de escravos fugitivos da América Latina, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. Este quilombo abrigava cerca de 20 mil pessoas que, em busca de autonomia, cultivavam a terra e praticavam a metalurgia, formando uma comunidade autossuficiente. A contribuição de Dandara, muitas vezes esquecida, foi igualmente fundamental. Filha de uma africana escravizada, Dandara uniu-se ao quilombo, na infância, tornando-se mãe de três filhos e uma respeitada líder militar, que comandou tropas na defesa contra os ataques portugueses.

A colaboração entre Dandara e Zumbi foi essencial para a administração do Quilombo dos Palmares. Juntos, enfrentaremos pressões externas, destacando a importância da união na luta pela liberdade. Dandara, como estrategista e guerreira, influenciou Zumbi a recusar acordos que poderiam comprometer a autonomia do quilombo. A tragédia de sua captura, em 1694, quando optou por cometer suicídio ao invés de ser escravizada, revela a profundidade de sua resistência e o desespero diante da opressão. O reconhecimento tardio de Dandara, que entrou para o Livro de Heróis e Heroínas da Pátria em 2019, evidencia a necessidade de reavaliarmos a história que contamos e as figuras que celebramos.

A transformação do 20 de novembro em um feriado nacional busca conscientizar sobre a cultura afro-brasileira e a diversidade étnica, mas levanta uma questão bem importante: por que apenas um dia para a conscientização da importância da comunidade afro-brasileira? É fundamental que todas as etnias; que compõem nossa identidade nacional, monitorem visibilidade, respeito e oportunidades de celebração. Ao mesmo tempo em que valorizamos a história ao negro, no Brasil, é igualmente necessário considerar e honrar todas as culturas que se desenvolveram para a formação de nossa sociedade.

Ao celebrarmos o Dia da Consciência Negra, somos convocados para uma reflexão mais ampla sobre as conquistas e os desafios que ainda persistem, na luta pela igualdade. Embora a oficialização desses dados represente um avanço significativo, ela também levanta questões sobre a eficácia dessas ações na promoção de mudanças estruturais. O racismo estrutural, as desigualdades econômicas e a falta de representatividade continuam a ser obstáculos para milhões de brasileiros.

Neste contexto, qual é o nosso verdadeiro papel diante de uma sociedade tão desigual? O que podemos absorver do legado deixado por Zumbi e Dandara? A resposta exige um compromisso que vai além das legislações. A conscientização sobre a luta de Zumbi e Dandara deve ser uma constante em nossa vida, permeando nossos esforços para um país mais justo e inclusivo. O desafio de criar uma sociedade verdadeiramente igualitária requer o engajamento de todos nós. Cada cidadão, independentemente de sua origem ou cor, tem um papel crucial na luta contra preconceitos e na promoção do respeito às diversidades, visando a dignidade racial.

Portanto, que o Dia da Consciência Negra seja um convite à ação e à unidade, inspirando um engajamento coletivo, na busca por um Brasil onde o respeito e a igualdade sejam realidades concretas para todas as raças e culturas. A memória de Zumbi dos Palmares e Dandara não é apenas uma homenagem, mas um compromisso de atuação contínua, para a inclusão e a justiça social, reforçando que a luta pela igualdade é uma jornada de todos nós.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbi_dos_Palmares/

https://wp.ufpel.edu.br/

 

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