Qualidade de Vida - Audição
A surdez é um problema invisível que pode ter consequências graves, como o desenvolvimento de demência, e afeta um número crescente de pessoas, em todo o mundo
A perda da audição é um desafio crescente e frequentemente subestimado, impactando diretamente a qualidade de vida. Segundo relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 466 milhões de pessoas, em todo o mundo, possuem algum tipo de perda auditiva, e essa cifra pode chegar a 900 milhões até 2050. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que essa tendência é impulsionada por percepções errôneas e estigmas sociais que dificultam a prevenção e o tratamento das perdas auditivas. A OMS busca desmistificar conceitos errôneos que comprometem a adoção de estratégias eficazes para o combate aos problemas auditivos.
As principais recomendações incluem o uso de protetores auriculares em ambientes ruidosos e a realização de avaliações auditivas anuais, com profissionais de Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia. Christiane Nicodemo, Mestre em Distúrbios da comunicação e Fonoaudióloga do Hospital Paulista, enfatiza que muitos desconhecem os fatores que contribuem para a perda auditiva e não realizam exames regulares.
Fatores de risco e consequências
Doenças como diabetes, hipertensão, obesidade e tabagismo estão entre os principais fatores de risco para a perda auditiva. A maioria dos pacientes não percebe a perda, e os familiares frequentemente demoram a associar os sintomas à necessidade de ajuda profissional. De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, após o diagnóstico, os pacientes levam, em média, sete anos para buscar tratamento.
A audiometria é o exame mais recomendado para diagnóstico e acompanhamento. É um procedimento indolor e não invasivo, que dura cerca de 20 minutos e fornece informações valiosas sobre a capacidade auditiva do paciente. Um otorrinolaringologista pode, então, recomendar o tratamento mais adequado, que pode incluir o uso de aparelhos auditivos, aumentando o reconhecimento sonoro e a comunicação.
Relação entre surdez e demência
O impacto da surdez vai além da comunicação. A falta de estímulos auditivos está associada ao aumento do risco de demência precoce, devido ao isolamento que a surdez pode causar. A inclusão de exames auditivos, na rotina de cuidados com a saúde, especialmente para idosos, é essencial. Dr. José Ricardo Gurgel Testa, (CRM/SP 54308), otorrinolaringologista, ressalta que a falta de prevenção gera prejuízos tanto para os indivíduos quanto para a sociedade. Segundo a OMS, a perda auditiva não tratada representa um custo global de US$ 980 bilhões por ano, considerando perdas de produtividade e exclusão social.
No Brasil, a realidade é alarmante: mais de 204 milhões de habitantes têm 1,1% com deficiência auditiva. Aproximadamente 0,9% dessa população torna-se surda devido a doenças ou acidentes, enquanto 0,2% nascem com a condição. Entre os deficientes auditivos, 21% têm limitações graves que comprometem suas atividades diárias.
Cuidados e prevenção
Os cuidados com a audição devem começar desde o nascimento. O teste da orelhinha, previsto por Lei Federal, é essencial para detectar problemas auditivos em recém-nascidos, principalmente aqueles em grupos de risco. Além disso, ações preventivas, como evitar exposição a ruídos altos e realizar avaliações auditivas periódicas, são essenciais.
A saúde auditiva não apenas melhora a comunicação e a interação social, mas também desempenha um papel significativo na saúde geral e no bem-estar emocional. Em suma, investir na saúde auditiva é um passo fundamental para garantir melhor qualidade de vida.
É fundamental que a população busque orientação profissional e realize exames regulares para garantir a si vida plena e conectada. Com o envelhecimento da população e o aumento da incidência de problemas auditivos, a conscientização e a prevenção tornam-se mais do que necessárias; são urgentes. A audição é um dos sentidos mais importantes para a interação social e para a qualidade de vida. Não deixe que a surdez silencie sua vida. Assim é fundamental realizar audiometria regularmente, em especial a partir dos 40 anos. Proteger os ouvidos de sons altos e manter hábitos de vida saudáveis. Procurar ajuda profissional ao perceber qualquer alteração na audição.
Fontes: https://bvsms.saude.gov.br/
https://aborlccf.org.br/
https://www.hospitalpaulista.com.br/
Facebook: Revista Hadar | Instagram: Revista Hadar