Comportamento Teen - Amor de verão
Entenda os sinais e ajude seus filhos a lidarem com os sentimentos intensos da juventude
Com a chegada do verão, a liberdade das férias traz consigo experiências únicas para os adolescentes: novos amigos, ambientes descontraídos e, por vezes, os primeiros romances. Nesse cenário, os sentimentos podem se intensificar rapidamente, gerando dúvidas sobre o que é amor verdadeiro e o que é mera paixão passageira. Para muitos jovens, a diferença entre essas emoções pode ser confusa, e cabe aos pais observarem e orientarem seus filhos, nesse processo emocional delicado.
Segundo a psicóloga Sara Freitas, especialista em Desenvolvimento Emocional na adolescência, a distinção entre amor e paixão pode ser sutil, mas é essencial. "A paixão é, geralmente, mais intensa e imediata, quase sempre alimentada pela novidade e pela euforia do momento, como o verão. O amor, por outro lado, vai além do encanto inicial, pois envolve afeto profundo, respeito e um conhecimento mais íntimo do outro", explica Freitas. Para os adolescentes, essa fase é marcada pela descoberta de novas emoções, o que pode dificultar a identificação clara dos sentimentos. “É comum que os jovens confundam paixão com amor, especialmente quando o contexto – como as férias – favorece uma vivência de experiências intensas e, por vezes, superficiais”, completa o especialista.
O papel dos pais: atenção e diálogo
Freitas ressalta que os pais têm um papel fundamental ao oferecer suporte emocional, sem desvalorizar os sentimentos dos filhos. “Quando um adolescente envolve-se em uma paixão de verão, é crucial que os pais mantenham um diálogo aberto. Escutar o que eles sentem, sem julgamentos, e guiá-los para refletirem sobre a natureza de seus sentimentos é a chave para um acompanhamento saudável”, aconselha. Ela também destaca que, mesmo que as paixões de verão tenham prazo curto, suas repercussões emocionais podem ser profundas. “As desilusões, por exemplo, são parte do processo de crescimento e podem ensinar lições importantes sobre relacionamentos, desde que sejam bem orientadas pelos pais.”
Além disso, Freitas reforça que as conversas sobre respeito e consentimento devem estar sempre presentes. “Essa fase é ideal para fortalecer conceitos sobre responsabilidade emocional e sexual, algo que pode ser facilmente negligenciado, quando as emoções estão à flor da pele”, acrescenta. Essa orientação, segundo ela, pode evitar que o jovem sofra desnecessariamente e ajude-o a construir uma visão mais madura sobre o que significa estar em um relacionamento saudável.
Experiências reais: lições e crescimento
A vivência de uma paixão de verão pode marcar profundamente a vida de um adolescente, como no caso de Letícia Martins, de 17 anos, que se apaixonou em um verão anterior. “Eu acreditava que estava vivendo um grande amor. Passamos todo o tempo juntos, e parecíamos perfeitos. Mas, quando as férias acabaram, a magia estava isolada. Percebi que não conhecia realmente a pessoa com quem estava e que estava mais encantada pelo momento do que pela pessoa em si”, relembra Letícia.
Para Carolina Lima, de 18 anos, a experiência foi semelhante. "Durante aquele verão, tudo parecia ser sobre ele. Estávamos juntos quase todos os dias, e eu me senti em um conto de fadas. No entanto, assim que a rotina voltou, percebi que não havia um futuro real entre nós. Foi doloroso, mas aprendi a valorizar a conexão verdadeira com alguém, algo que vai além da emoção do momento", conta Carolina.
Essas histórias refletem como, na adolescência, a paixão pode ser tão arrebatadora quanto passageira. Mas, como explica Sara Freitas, essas experiências são valiosas para o amadurecimento emocional dos jovens. “Esses relacionamentos ensinam os adolescentes a lidarem com a intensidade das emoções, a importância do autoconhecimento e a necessidade de construir relacionamentos mais profundos e significativos, no futuro”, afirma.
Como apoiar seu filho, nesse processo
Diante dessas vivências, o conselho para os pais é claro: mantenham-se próximos, atentos e sempre abertos ao diálogo. A psicóloga Sara Freitas reforça que, mesmo que seja difícil para o jovem diferenciar entre paixão e amor, é papel dos pais orientar sem atrapalhar. “O apoio emocional é essencial para que o adolescente aprenda a lidar com seus sentimentos de maneira saudável. O diálogo aberto e sem críticas é a chave para orientar sem invadir, permitindo que eles experimentem e cresçam emocionalmente.”
Por fim, o mais importante é que essas experiências, sejam de amor ou paixão, façam parte do amadurecimento emocional dos adolescentes. Cabe aos pais e cuidadores oferecerem suporte e compreensão, ajudando os jovens a construir uma base sólida para seus relacionamentos futuros.
Fonte: https://menteconsciente.pt/blog/2024/02/23/as-relacoes-amorosas-na-adolescencia/
https://soumamae.com.br/amores-de-verao-na-adolescencia/
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