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Comportamento - Redes Sociais

O impacto das redes sociais na saúde mental de jovens e de crianças

Proibição, conscientização ou controle: Como equilibrar a proteção digital com a educação tecnológica no Brasil e no mundo?

 

As redes sociais, que antes eram apenas plataformas de conexão e entretenimento, transformaram-se em uma verdadeira arma de influência, especialmente entre crianças e adolescentes. O que parecia ser uma forma inofensiva de se comunicar, rapidamente se tornou um terreno útil para os riscos digitais: bullying, depressão, transtornos alimentares, ansiedade, e, mais recentemente, a dependência digital.

Este cenário alarmante tem levado países, ao redor do mundo, a adotarem medidas rigorosas para proteger os jovens dos efeitos do recrutamento das redes sociais. Em novembro de 2024, a Austrália sancionou uma legislação inédita, que, a partir de 2025, proibirá que menores de 16 anos usem plataformas como Facebook, Instagram, TikTok e outras. As empresas de tecnologia, como Meta e Google, agora terão a responsabilidade de garantir que seus serviços sejam acessíveis apenas para maiores de 16 anos, sob pena de pesadas multas. A decisão, tomada pelo primeiro-ministro Anthony Albanese, surge em resposta ao crescente impacto negativo que as redes sociais têm sobre a saúde mental de jovens e adolescentes.

No entanto, esta medida levanta questões sobre os limites da tecnologia e como esta deve ser usada para o benefício da sociedade. Até que ponto é válido limitar o acesso dos jovens à internet? Não seria mais eficaz educar e conscientizar sobre o uso responsável das redes sociais? Proibir pode parecer uma solução imediata, mas será que a questão não reside também em fatores como o ambiente familiar e a educação digital? Afinal, as crianças e adolescentes não estão imunes à influência dos comportamentos de seus pais e cuidadores.

A dependência digital de jovens não é um isolamento da internet. Ela reflete, em grande parte, uma falha na educação emocional e na falta de comunicação saudável dentro de muitas famílias. O impacto das redes sociais sobre os jovens é amplificado quando estes não encontram espaço para expressar as emoções de maneira segura e saudável, em casa. Assim, uma resposta para a crise digital pode não ser apenas uma limitação de acesso à tecnologia, mas sim, uma abordagem mais ampla que envolve pais, escolas e políticas públicas de conscientização.

É preciso considerar, também, o papel crucial da tecnologia, quando usada de maneira responsável. Não podemos ignorar os benefícios das redes sociais, como a possibilidade de acesso à educação, suporte emocional e construção de comunidades de apoio. A Austrália, com sua legislação, faz uma tentativa de equilibrar esses aspectos, mas a solução pode residir, principalmente, em criar um uso mais consciente e ético da tecnologia, sem a necessidade de retroceder ao ponto de um controle excessivo. Afinal, a questão central é: como podemos usar a tecnologia para contribuir para o bem-estar dos nossos jovens, sem deixá-los vítimas das armadilhas digitais?

Por isso, ao invés de simplesmente proibir o uso de redes sociais, é essencial que governos, escolas e famílias unam forças para conscientizar sobre os riscos da dependência digital e promover alternativas de interação. A reflexão necessária deve ir além das plataformas em si e voltar-se para os valores e práticas que cultivamos no ambiente familiar. Será que estamos preparados para educar nossas crianças para um uso equilibrado da tecnologia, ou vamos esperar que as leis determinem os limites de seu envolvimento digital?

Fontes: https://www.opb.org/

https://revistaft.com.br/

 

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