Papo Sério - Presente
É dia de festa. Dia de Natal, de natalício, de aniversário. Aniversário, logo de quem?! Do menino Jesus!
Então, viva o aniversariante!
É tempo de Papai Noel, nas lojas e na mente da meninada (opa! Cadê Jesus?).
É tempo de comprar e vender, de faturar.
É tempo de despesas, agitação e estresse.
É tempo de festejar, comendo e bebendo demais.
É tempo de dar presentes, mas sempre para os outros – e nunca para o aniversariante.
É mesmo! Tinha me esquecido. Só que eu não sei que presente Ele prefere. De que está precisando? Que gostaria de receber?
Ele sempre deixou a entender que o presentinho que espera de você, de mim, de todos, é a incondicional entrega de nós mesmos, cada um depositando, em seu altar onipresente, o que Ele sempre quis e nunca recebeu – o esforço dedicado em deixarmos de ser egoístas, em sermos pessoas melhores e mais fraternas.
A imensa dificuldade está em Ele querer receber exatamente aquilo que, até hoje, desastrada e imprudente e tolamente, temos mais prezado, temos amado acima de tudo – nosso ego pessoal, “a pessoa mais importante do mundo” que julgamos ser e que, admitamos, ainda está poluída por mil turbilhões de desejos, apegos, aversões, ódios, depressões, abatimentos, ciúmes, aflições, fobias, ressentimentos… Como abrir mão de nosso ego pessoal que nos tem levado para onde quer? A dificuldade maior de presentear o aniversariantezinho é que Ele, refinadamente exigente, quer-nos caprichosamente “embrulhados para presente”. Não nos quer envoltos pela mediocridade de um saco plástico sem cor ou por uma medíocre folha de um jornal qualquer, assim como, até agora, passados dois mil anos, obstinadamente ainda nós acreditamos.
Ele nos quer vestindo o que, certo dia, numa de suas aulas, mencionou como “veste nupcial”. É outra forma de dizer vistosa e esmeradamente, “embrulhados para presente”. Se, em espírito e verdade, conseguimos mergulhar na profundidade de seus discursos, vamos entender que a tal “veste nupcial” não pode ser comprada ou alugada em butique. Nada disso. Cada um tem que investir em imensos esforços, tem que se empenhar muito para confeccionar a sua.
Falando praticamente, como se faz isso?
Basta seguir as muitas instruções dadas por Ele mesmo. Confeccionar sua própria veste, ou o embrulhar-se para presente, não é nada fácil. Requer difíceis mudanças radicais, que reclamam renúncia, sacrifício, esforço, decisão, disciplina, discernimento e devoção. E, por ser realmente um árduo empreendimento, até hoje não O deixamos participar de sua própria festa e jamais lhe demos presentes. No divino Livro da Vida (o Evangelho), Ele esclarece como nos transformarmos no presentinho natalino de sua refinada preferência.
Tão grandes e difíceis são as mudanças, que levam muitos a dizer, consternados: “Para mim, não dá. Pelos meus muitos e repetidos erros e desvios de minha vida, já me considero incapaz. Nada posso oferecer. Só tenho que, abatido e sem esperança, pedir perdão”.
Mas o Aniversariante é obstinado em querer a todos. Não exclui ninguém, até mesmo os que obstinadamente têm andado fora da trilha, sem fazer caso de Suas pregações. Com o generoso propósito de tranquilizar os que se sentem culpados e sem merecimento, de muitas formas e em diversas ocasiões, fez saber que Deus recebe com festa todo pecador que, arrependido, bate-lhe à porta. Bom filho do Divino Pai, Jesus também ama a todos. Não discrimina. Nunca rechaçou quem errara e desejava ser resgatado, empenhando-se para retomar o santo caminho estreito, para conseguir embrulhar-se para presente, sempre tentando confeccionar um vistoso traje nupcial, querendo doar-se a Ele.
Então, se falamos constantemente que “Jesus é nosso Mestre”, por que não nos tornarmos no presente que Ele deseja?
Desta maneira, será Natal todo dia, e o reino de Deus estará entre nós.
Feliz Natal!
Livre adaptação de uma mensagem do saudoso Professor Hermógenes (1921-2015).
Luis Carlos Magaldi Filho
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