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Intimidade Teen - Abuso infanto-juvenil

Abuso infanto-juvenil: é urgente acabar com este horror

Nos quatro primeiros meses do ano: registrados mais de 17 mil casos, envolvendo abuso, estupro e exploração sexual de crianças e adolescentes

 

Uma espécie que mata, violenta e abusa de sua própria prole, certamente, é uma espécie que está condenando a si própria. Que futuro tem uma sociedade que destrói as gerações futuras? Por mais incrível que pareça, a espécie humana está fazendo isso a si mesma. Basta ver os dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

Nos quatro primeiros meses de 2023, foram registradas, ao todo, 69,3 mil denúncias e 397 mil violações de Direitos Humanos de crianças e adolescentes, das quais 9,5 mil denúncias e 17,5 mil violações envolvem violências sexuais físicas – abuso, estupro e exploração sexual. A saber, somente no primeiro quadrimestre do ano, 17,5 mil crianças ou jovens foram vítimas de violência sexual. Além das marcas físicas, há também o trauma psíquico. As denúncias foram feitas através do Disque 100.

Segundo o Ministério, o aumento é de 68%, em relação ao mesmo período do ano passado, há maior participação da sociedade na mobilização e denúncia. A casa da vítima, do suspeito ou de familiares é o pior cenário, com quase 14 mil violações.

As denúncias referem-se à quantidade de relatos de violações de Direitos Humanos, envolvendo uma vítima e um suspeito. Uma denúncia pode conter uma ou mais violações de direitos humanos, que ocorrem quando há qualquer fato que atente ou viole os direitos individuais de uma vítima.

Na casa da vítima ou casa onde reside a vítima e o suspeito, foram registradas 837 denúncias e 856 violações de exploração sexual; de estupro, 4,3 mil denúncias e 4,4 mil violações; 1,4 mil denúncias e 1,4 mil violações de abuso sexual físico; e 2,7 mil denúncias e 3,5 mil violações de violência sexual psíquica. No total, 5,7 mil denúncias e 10,3 mil violações.

Já na casa de familiares, de terceiro ou do suspeito, os casos de exploração sexual tiveram 304 denúncias e 312 violações registradas; de estupro, 1,5 mil denúncias e 1,5 mil violações; abuso sexual físico, 480 denúncias e 487 violações; e violência sexual psíquica, com 898 denúncias e 1,1 mil violações. O total é de 1,8 mil denúncias e 3,5 mil violações.

Fonte: ministério dos direitos humanos e cidadania

Frases

Como identificar uma criança ou adolescente que está sofrendo abuso?

Uma professora de Itapetininga, que preferiu não se identificar, afirmou que “já encontrei frases estranhas nas redações de alguns alunos; e sempre que isso acontece, entro em contato com a psicóloga do colégio. Ela, sim, possui as ferramentas para detectar algum problema mais sério. Mas não ficamos sabendo dos resultados. O intuito é preservar a integridade do aluno”.

Prevenção

Para a professora Daiane de Oliveira Camargo Nunes, 39 anos, “o educador deve trabalhar na prevenção da violência, criando um ambiente seguro e acolhedor, onde os alunos sintam-se protegidos e respeitados. Isso pode incluir a promoção de valores como empatia, respeito, cooperação e resolução pacífica de conflitos. O papel do educador é acolher e apoiar o educando, para ouvir possíveis relatos”.

Segundo ela. “o educando pode dar diversos sinais, como: mudanças repentinas de humor e comportamento; tristeza; mudanças físicas inexplicáveis, como perda ou ganho de peso; queda repentina no desempenho escolar; sentir ter dores inexplicáveis e/ou constantes; não querer fazer atividades físicas”.

A professora lembra que já vivenciou uma suspeita de abuso sexual entre seus alunos. “O caso foi denunciado à direção escolar, que tomou as medidas cabíveis; caso denunciado na rede de enfrentamento da cidade”, afirmou Daiane.

Ela lista mais sinais que podem indicar uma situação abusiva: “alguns sinais, como medos excessivos e retomada de atitudes já deixadas para trás, devido ao avançar da idade são alertas de que crianças e adolescentes podem estar sofrendo algum tipo de abuso sexual”.

Para ela, é importante que os pais e profissionais de Educação procurem “ensinar, desde cedo e com abordagens apropriadas para cada faixa etária, conceitos de autoproteção, consentimento, integridade corporal, sentimentos e a diferença entre toques agradáveis / bem-vindos e toques que são invasivos / desconfortáveis é fundamental para aumentar as chances de proteger crianças e adolescentes de possíveis violações. Para crianças pequenas, trabalhar com sequência didática e roda de conversa sobre o corpo humano, usando conceitos apropriados”, relata a professora.

Segundo ela, “o educador precisa acolher o educando vítima de abuso e, caso necessário, realizar encaminhamento para especialistas (psicólogos). O educador deve expressar apoio e solidariedade à criança e/ou ao adolescente. Relatar ao superior e acionar os canais de atendimento de seu município”. Na avaliação da professora, “deveria haver maior rigor na aplicabilidade das penalidades aos infratores.

Finalizando, Daiane diz que, na escola onde leciona, “é trabalhada a educação sexual desde as séries iniciais, com abordagens apropriadas a cada faixa etária. E em algumas reuniões de pais, são realizadas palestras com especialistas no assunto”.

 

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