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Comportamento - Youtubers

Youtubers

Até que ponto é saudável seguir a rotina alheia?

 

Existem diversos estudos sobre o fato de youtubers interferirem no comportamento de crianças e adolescentes, de forma que passem a imitá-los e sigam seu estilo de vida. Crianças observam e espelham o comportamento dos adultos, ao seu redor. E os adolescentes, por sua vez, encontram-se em um período de transição entre a infância e a vida adulta e de desenvolvimento da identidade.

Os pais desempenham um papel fundamental, nesse processo. “No cenário atual, estamos constantemente “on-line”, e em certos casos, os próprios adultos permitem que crianças e adolescentes utilizem essas plataformas para que fiquem “distraídas”. Porém, tais dispositivos não devem tomar o lugar da supervisão de seus responsáveis. Deve haver limite para um equilíbrio saudável entre o tempo on e off-line. Hoje, temos diversos aplicativos que bloqueiam o dispositivo, quando o tempo limite de uso é excedido, bem como bloqueio de conteúdo inadequado”, orienta a psicóloga clínica e hospitalar Ana Rita de C Vieira de Moraes Moreira (CRP 06/187206).

A profissional explica que a influência pode ser saudável quando os conteúdos promovem valores positivos, habilidades educacionais, estimulam o desenvolvimento criativo, auxiliam na aprendizagem, tendo diversos pontos benéficos. “No entanto, pode ser prejudicial, quando promove mudança de comportamentos, os quais se tornam inadequados, perigosos, que buscam likes de maneira desenfreada, por atenção, podendo levar à baixa autoestima, isolamento e diversos outros prejuízos emocionais e sociais”, diz.

Dessa forma, é extremamente necessário que os pais permaneçam atentos, saibam o que seus filhos acompanham nas redes e coloquem limites, com base no diálogo e ensinem a forma adequada de usar a plataforma, de maneira a contribuir positivamente para sua aprendizagem. Educar para que eles próprios analisem, de forma crítica, se aquele conteúdo online é realmente adequado e necessário.

Os pais devem ser bons “influencers” para seus filhos.

Para determinar se a influência é negativa ou positiva, os pais e responsáveis devem estar envolvidos na vida on-line de seus filhos, além de observar se há mudanças prejudiciais no comportamento, valores, interesses, o que pode indicar o impacto negativo do conteúdo. Por outro lado, eles podem ter interesse em atividades saudáveis na plataforma, além de demonstrar crescimento pessoal e aprendizado, de forma positiva; por isso, deve existir um diálogo entre a família.

“Como exemplo, trago um caso de um estudo publicado em que uma criança de 6 anos de idade assistia a um canal infantil, onde o intuito era mostrar a rotina de uma outra criança. No dia seguinte, aquela criança que assistiu ao vídeo, acordou às 7 horas da manhã e seguiu uma rotina criada por ela, similar ao modelo da garota do canal, o que, segundo a mãe, já havia tentado por diversas vezes levar a filha a acordar mais cedo e ter uma rotina organizada, porém, nunca o havia conseguido. Posteriormente, a irmã passou a seguir a rotina também. Com esse relato, fica a reflexão”, explica Ana Rita.

Vale ressaltar que o ambiente online é como um espaço público. Assim, os responsáveis devem ter o mesmo cuidado que teriam se o filho estivesse em alguma atividade fora de casa, ou seja, devem supervisionar o espaço público virtual.

E é papel da família instruir a criança, para que ela possa usar o YouTube da maneira que deve ser usado, de acordo com sua faixa etária e com conteúdos benéficos para sua formação. “Em caso de dúvida, busque ajuda profissional. Pais, fiquem atentos aos sinais que demonstram problemas emocionais, comportamentais ou que interferem nas relações sociais, escolares, familiares, dificultando até o próprio diálogo. Um psicólogo pode oferecer orientação e suporte. Diálogo é essencial; encontrar um equilíbrio saudável entre o tempo on-line e off-line. Importante saber do que se trata o conteúdo daquele youtuber que seu filho segue. A educação digital é essencial para auxiliá-los a avaliar e entender o conteúdo a que assistem. Por isso, é importante estar aberto ao diálogo e estabelecer a confiança com os filhos. Em caso de dúvidas ou de mudanças de comportamento da criança ou adolescente, busque apoio profissional. E quanto menor a criança, menos contato com a tela ela deve ter”, finaliza a entrevistada.

 

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