Editora F: 15 3259 4543 | Elmec F: 15 3259 7014 Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Especial - Autismo

Autismo

Diagnóstico precoce é essencial

 

Primeiramente, é importante entender que o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico, presentes desde o nascimento ou começo da infância, como o Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.

O diagnóstico de autismo é clínico, não existe um exame que o vai detectar diretamente; por meio de observações diretas do comportamento, sendo realizado pelo médico pediatra ou cuidador, é possível identificá-lo!

“Os cuidadores começam observar a partir dos 12 a 18 meses, quando deve ocorrer um alerta no desenvolvimento que não ocorre como esperado, ou um atraso na fala, no contato visual, ou até mesmo repulsa por algum tipo de situação existente no contexto, como barulhos, toques, não gostar de sujar as mãos. Ou padrões repetitivos e estereotipados”, explica a Neuropsicóloga Lidyane de Oliveira Santos (CRP 06/161572).

De acordo com a entrevistada, o indicado é procurar por um médico neurologista infantil e realizar uma avaliação neuropsicológica, com observação do comportamento e escalas.

“A família, assim como o paciente, precisa de acolhimento, compreender e esclarecer suas dúvidas sobre o diagnóstico. Os familiares podem auxiliar na inclusão, seja escolar, na procura de terapias e do diagnóstico, ajudando a criança no desenvolvimento”, orienta.

O tratamento serve para estimular as habilidades que estão prejudicadas, ou até mesmo para preservar as existentes. É indicado que seja feito com uma equipe multidisciplinar, envolvendo médico, psicoterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, musicoterapeuta, fisioterapeuta.

“Ao ter um diagnóstico precoce, consequentemente ocorre a intervenção, auxiliando na evolução do desenvolvimento, como habilidade social, e os pais recebem orientações de como podem ajudar no desenvolvimento de seu filho”, diz Lydiane.

“Nosso cérebro tem a capacidade da neuroplasticidade, onde o sistema nervoso modifica sua estrutura e função em decorrência dos padrões de experiência. Quanto mais cedo, desenvolve-se um novo comportamento, o sistema nervoso modifica o que era padrão anterior. Para quem se encontra no espectro, é a maneira de aperfeiçoar as suas habilidades”, complementa a profissional.

A musicoterapeuta Natália Portilho Mattos recebeu o diagnóstico do filho Otto aos 2 anos de idade, após avaliação de equipe multidisciplinar que foi entregue ao neuropediatra.

“Atualmente, ele tem 3 anos e faz acompanhamento no Instituto Fluir, em Tatuí, pelo método MIG. Lá, ele tem 20 horas semanais de terapia com equipe interdisciplinar composta por fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, integração sensorial, fisioterapeuta, psicopedagoga, psicólogo, educador físico e musicoterapeuta. Sem o diagnóstico, eu não conseguiria o tratamento, e sem o tratamento ele não teria possibilidade de atingir um desenvolvimento mais próximo do típico possível”, afirma a mãe.

Para Natália, a maior dificuldade é conseguir o diagnóstico e o tratamento adequado. “Para ter o atendimento intensivo para meu filho, precisei entrar com processo para que o convênio cobrisse a quantidade de horas indicadas para ele pelo médico. Agora, já com atendimento, é uma alegria muito grande ver o como ele tem se desenvolvido, está cada dia mais comunicativo, aprendendo coisas novas, é muito gratificante.

Eu gostaria de acrescentar que o tratamento intensivo para crianças autistas é o que tem eficácia comprovada cientificamente. E isso não é apenas para pacientes com níveis mais graves de suporte, é para todos! A importância da família é total, pois todos os manejos de comportamento e orientações do plano terapêutico da criança tem que ser também aplicadas em casa e na escola. A chave do sucesso para o desenvolvimento dessas crianças é ter a tríade: escola, clínica e casa bem alinhadas e falando a mesma língua”, finaliza.

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, 2 de abril, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de levar informação à população para reduzir a discriminação e o preconceito contra os indivíduos que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

 

Facebook: Revista Hadar | Instagram: Revista Hadar

Imprimir Email