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Qualidade de Vida - Menopausa

Revolução da Saúde Feminina

Climatério, Menopausa e avanços na Terapia de Reposição Hormonal (TRH)

 

A menopausa, um evento biológico inevitável na vida de todas as mulheres, simboliza o fim da função reprodutiva e acarreta uma série de mudanças físicas e emocionais. Essa fase, por vezes encarada com receio e incerteza, é agora objeto de pesquisa avançada e tratamentos inovadores, que transformam a experiência de mulheres, ao redor do mundo. O climatério, período que antecede a menopausa, ganhou visibilidade, permitindo que mulheres tornem-se protagonistas de suas próprias histórias de saúde. A conscientização sobre esse processo é crucial, pois possibilita que elas façam escolhas informadas e adotem estratégias eficazes para melhorar a própria qualidade de vida.

O ciclo do climatério e seus impactos

O climatério pode iniciar-se anos antes da menopausa, caracterizando-se por alterações hormonais que afetam tanto o corpo quanto a mente. Os primeiros sinais incluem irregularidades menstruais, ondas de calor (fogachos), insônia, irritabilidade e redução da libido. A intensidade desses sintomas varia significativamente; enquanto algumas mulheres enfrentam desconfortos leves, outras lidam com dificuldades que lhes comprometem a qualidade de vida.

O Dr. Carlos Eduardo Martins (CRM/SP 175773), ginecologista, enfatiza que “identificar o climatério e tratar os sintomas de forma precoce é fundamental para prevenir complicações futuras, como osteoporose e doenças cardiovasculares.” A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) emerge como uma das principais opções para mitigar os sintomas vasomotores e proteger a saúde óssea. Além da TRH, abordagens não hormonais, como antidepressivos e moduladores seletivos de receptores de estrogênio (SERM), assim como mudanças no estilo de vida, são valiosas para que as mulheres transitem por essa fase com mais conforto.

A saúde cardiovascular, óssea e mental durante a menopausa

A diminuição dos níveis de estrogênio eleva o risco de doenças cardíacas e ósseas. O estrogênio é vital para a saúde cardiovascular, mantendo a integridade dos vasos sanguíneos. Sua queda pode resultar em hipertensão e infartos, além de acelerar a perda de massa óssea, aumentando a chance de osteoporose. A redução do estrogênio também pode impactar a saúde mental, contribuindo para o declínio cognitivo.

Especialistas recomendam a adoção de estratégias preventivas, como uma dieta rica em cálcio e vitamina D, prática regular de exercícios físicos e abstinência do tabagismo. “A TRH, quando administrada de forma adequada, pode reduzir os riscos cardiovasculares e proteger contra a perda óssea,” complementa Dr. Martins. Contudo, sua prescrição deve ser cautelosa, especialmente para mulheres com histórico de câncer de mama ou elevado risco de trombose.

O papel da Terapia de Reposição Hormonal (TRH)

A TRH é central no manejo dos sintomas da menopausa, aliviando fogachos, secura vaginal e distúrbios do sono. No entanto, deve ser personalizada e monitorada de perto por um médico, visto que envolve riscos, como leve aumento de trombose e câncer de mama. O Dr. Carlos Eduardo salienta que “a TRH é uma excelente ferramenta, mas deve ser cuidadosamente ajustada ao perfil de cada paciente.”

Novos avanços na pesquisa e tratamento

A pesquisa sobre menopausa tem evoluído, trazendo novas perspectivas. Além da TRH, estudos investigam o uso de moduladores seletivos de receptores de estrogênio e hormônios bioidênticos, que imitam os hormônios naturais do corpo. Alternativas não hormonais também estão ganhando destaque para mulheres que não desejam ou não podem realizar a TRH.

Terapia Reposição Hormonal local e Incontinência Urinária na Menopausa

A menopausa, reconhecida por provocar ondas de calor e alterações de humor com outro efeito colateral significativo, embora menos discutido, é a Incontinência Urinária de Urgência. Este problema afeta muitas mulheres, devido à queda nos níveis de estrogênio, e a busca por tratamentos eficazes está se intensificando.

Recentemente, um estudo apontou que o uso de prasterona, um supositório vaginal, pode ser uma alternativa promissora para aliviar esses sintomas. “Embora seja um estudo observacional de pequeno porte, ele oferece esperança ao demonstrar novas opções para tratar a Síndrome Geniturinária da Menopausa (SGM),” afirma a Dra. Chrisandra Shufelt, presidente da North American Menopause Society e chefe da divisão de medicina interna geral da Clínica Mayo, em Jacksonville, Flórida.

Essa Síndrome abrange sintomas relacionados ao trato genital e urinário, como ressecamento vaginal, afinamento da pele e incontinência urinária de urgência. Esses sintomas frequentemente são ignorados por pacientes e médicos, dificultando diagnóstico e tratamento. “Ainda persiste um estigma sobre esse tema, fazendo com que muitas mulheres evitem discutir esses sintomas com seus médicos,” complementa Shufelt.

Tratamentos tópicos: menos riscos, mais benefícios

A Terapia Reposição Hormonal oral tradicional para menopausa está frequentemente associada a riscos, como trombose e câncer de mama. Contudo, a Dra. Shufelt destaca que esses riscos não se aplicam igualmente aos tratamentos tópicos, como a prasterona. “A absorção sistêmica é mínima, reduzindo significativamente os efeitos colaterais relacionados ao estrogênio administrado oralmente,” explica.

A prasterona já foi aprovada pela FDA para tratar dispareunia, uma condição caracterizada por dor durante a relação sexual, ligada à atrofia vaginal na menopausa. Ao ser convertida em estradiol e testosterona no corpo, a prasterona proporciona alívio localizado, evitando os riscos associados aos tratamentos sistêmicos. Essa abordagem pode representar um novo caminho no tratamento da incontinência urinária em mulheres na pós-menopausa, facilitando um diálogo mais aberto entre médicos e pacientes sobre essa condição e novas opções terapêuticas. Estudo foi publicado online na revista Menopause.

O que as mulheres podem fazer para melhorar a qualidade de vida durante a menopausa

Para atravessar o climatério e a menopausa de forma saudável, as mulheres podem adotar diversas ações que lhe melhorem a qualidade de vida. Manter um estilo de vida equilibrado é crucial. "Uma dieta balanceada, rica em frutas, verduras, cálcio e vitamina D, fortalece os ossos e reduz sintomas indesejados," recomenda o Dr. Martins. A prática regular de exercícios físicos não apenas ajuda a controlar o peso, mas também é essencial para a saúde cardiovascular e o bem-estar mental.

É importante que as mulheres estejam atentas aos sinais do corpo e busquem apoio médico, ao notarem os primeiros sintomas. O Dr. Carlos Eduardo aconselha que "cada mulher deve ter uma conversa franca com seu médico sobre opções de tratamento, seja TRH, terapias alternativas ou ajustes no estilo de vida." Além disso, manter uma rede de apoio emocional e social é importante para enfrentar as mudanças psicológicas que podem ocorrer, neste período.

Fonte:https://www.suprevida.com.br/

 

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